Resumo
Contexto: Medicamentos de qualidade inferior, falsificados, não licenciados e não registrados representam riscos significativos para a saúde pública em países desenvolvidos e em desenvolvimento. Esta revisão sistemática fornece uma visão geral da prevalência de medicamentos de qualidade inferior, falsificados, não licenciados e não registrados e seus fatores associados na África.
Métodos: Foram pesquisados artigos publicados de abril de 2014 a março de 2024 no Google Scholar, Science Direct, PubMed, MEDLINE e Embase. A estratégia de busca focou em artigos de acesso aberto publicados em revistas científicas revisadas por pares e estudos realizados exclusivamente em países africanos. A qualidade dos estudos foi avaliada de acordo com as Diretrizes de Relato de Avaliação da Qualidade de Medicamentos (MEDQUARG). Esta revisão sistemática foi relatada de acordo com os Itens Preferenciais de Relato para Revisões Sistemáticas e Meta-análises (PRISMA).
Resultados: Dos 27 estudos, 26 apresentaram boa qualidade metodológica após a avaliação de qualidade. Das 7.508 amostras de medicamentos, 1.639 falharam em pelo menos um teste de qualidade e foram confirmadas como medicamentos de qualidade inferior/falsificados. A prevalência geral estimada de medicamentos de qualidade inferior/falsificados na África foi de 22,6% (1.718/7.592). A prevalência média de medicamentos não registrados foi de 34,6% (108/312). Os antibióticos, antimaláricos e medicamentos anti-hipertensivos representaram, respectivamente, 44,6% (712/1.596), 15,6% (530/3.530) e 16,3% (249/1.530). Aproximadamente 60,7% (91/150) eram medicamentos anti-helmínticos e antiprotozoários. A permissão regulatória de mercado inadequada, zonas de livre comércio, registro deficiente, alta demanda e padrões de importação deficientes contribuem para a prevalência desses problemas.
Conclusão/recomendações: Medicamentos de qualidade inferior, falsificados e não registrados são altamente prevalentes na África, e pouca atenção tem sido dada ao problema. Antibióticos, antimaláricos, anti-helmínticos e antiprotozoários são os medicamentos de qualidade inferior, falsificados e não registrados mais comumente relatados. Um fornecimento consistente de produtos de alta qualidade, melhoria do registro, permissão regulatória de mercado e padrões de importação são essenciais para combater os problemas na África. Prevenir esses problemas é o dever primário de toda nação responsável para salvar vidas.