O setor farmacêutico expressou a intenção de criar um hub de inovação e produção de medicamentos em nosso país, mas solicita que sejam realizadas reformas.
A indústria farmacêutica chamou a atenção para a Espanha: “O investimento de 8 bilhões de euros não chegará se o problema do acesso a medicamentos inovadores não for corrigido”. Juan Yermo, diretor-geral da Farmaindustria, foi enfático durante o XIX Seminário da Indústria Farmacêutica e Mídia.
Na semana passada, durante o encontro anual do setor em Santander, o ministro da Saúde interino, José Miñones, comprometeu-se a aprovar o Plano Estratégico da Indústria Farmacêutica para garantir o investimento dos laboratórios na Espanha.
Os 8 bilhões de euros serão investidos, desde que uma série de reformas seja implementada. Entre elas, destacam-se a redução dos prazos de acesso a medicamentos inovadores (atualmente, a Espanha leva mais de 600 dias) e uma mudança no sistema de preços de referência.
No entanto, até agora, a indústria farmacêutica não havia sido tão enfática ao alertar que a Espanha perderá essa oportunidade de investimento anunciada em dezembro de 2022 se o Ministério da Saúde não concretizar as reformas mencionadas. Yermo ressaltou que “ainda haverá investimento em P&D por parte das empresas”.
Este não é o único aviso feito pelo diretor-geral da associação da indústria farmacêutica inovadora. Ele indicou ainda que o país já perdeu investimentos na produção de medicamentos. “Se a regulamentação, o acesso ou os incentivos não forem competitivos, esses investimentos irão para outro país”.
Hub de inovação e produção
A indústria farmacêutica pretende transformar a Espanha em um hub de inovação e produção de medicamentos. “Temos a oportunidade e esperamos que seja aproveitada”.
Para isso, Yermo fala em “estabelecer objetivos”. Ele mencionou a França como exemplo. O país vizinho “está direcionando seus incentivos para atrair a produção local de medicamentos”.
O setor não pede apenas incentivos financeiros, mas que seja facilitado o estabelecimento de plantas na Espanha. De fato, dentro dos 8 bilhões de euros, há 2,7 bilhões destinados à produção, destacou Yermo.
Além disso, é necessária “uma revisão de todo o esquema de fixação de preços e financiamento, assim como um sistema mais abrangente de acesso precoce, pois agora está limitado a situações especiais”.
Em resumo, “a prioridade é agilizar o acesso aos medicamentos. Isso depende do Plano Estratégico”, concluiu o diretor-geral da Farmaindustria.