As falsificações relacionadas às tecnologias de saúde (incluindo vacinas) são uma ameaça crescente à segurança do paciente e aos sistemas de saúde em todo o mundo, podendo causar sérios danos à população (especialmente aos grupos vulneráveis). No Brasil, a fabricação e a disseminação de medicamentos falsificados são evitadas por meio de ações conjuntas entre diferentes órgãos governamentais. Neste estudo, analisamos três casos de suspeita de falsificação de vacinas contra a gripe. As amostras foram apreendidas por autoridades e recebidas pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS), o laboratório de referência nacional para controle de qualidade do Ministério da Saúde do Brasil, em 2010, 2017 e 2020.
Relatamos os resultados das análises e investigações e enfatizamos a importância de fortalecer as parcerias entre vários órgãos nacionais. As amostras apreendidas foram inspecionadas visualmente e seus dados comparados com os de vacinas genuínas (conforme registrado no banco de dados do INCQS).
Os testes analíticos específicos utilizados foram baseados em testes de controle de qualidade biológica. Nossos resultados confirmaram que todas as amostras apreendidas eram falsificadas. Ressaltamos a importância de promover parcerias internacionais e nacionais entre vários órgãos nacionais (como autoridades reguladoras de medicamentos, laboratórios oficiais, departamentos de alfândega, forças policiais e sociedade civil). Conforme demonstrado aqui, essa colaboração é essencial para combater a circulação de produtos médicos falsificados, proteger a saúde pública e fortalecer os sistemas de saúde.