Pontos em destaque
Resumo
Objetivos. Operacionalizamos uma ferramenta de utilidade para a pesquisa identificada por meio de buscas na literatura e consensos e examinamos se os ensaios clínicos randomizados (ECRs) que abordam a prevenção do parto prematuro aderem aos critérios de utilidade predefinidos.
Desenho e contextualização do estudo. A ferramenta de utilidade inclui oito critérios que combinam 13 itens. Os ECRs foram avaliados quanto à conformidade com cada item por vários avaliadores (concordância do revisor de 95 a 98%). Foram calculadas as proporções de conformidade com intervalo de confiança (IC) de 95% e a mudança ao longo do tempo foi avaliada usando ≧ 2010 como ponto de corte.
Resultados. Entre os 347 ECRs selecionados, publicados em 56 revisões da Cochrane sobre parto prematuro, apenas 36 (10%, IC de 95% = 7-14%) atenderam a mais da metade dos critérios de utilidade. Em comparação com os ensaios anteriores a 2010, os ensaios recentes usaram resultados compostos ou substitutos (menos informativos) com mais frequência (13% vs. 25%, risco relativo 1,91, IC 95% = 1,21-3,00). Apenas 16 ensaios refletiram a uma prática real (pragmatismo) em seu desenho (5%, IC 95% = 3-7%), sem melhorias ao longo do tempo. Nenhum estudo relatou o envolvimento das mães para refletir as prioridades dos pacientes e a seleção de critérios de valoração. Os ensaios recentes foram mais transparentes.
Conclusão. Poucos ECRs de prevenção de parto prematuro aderiram a mais da metade dos critérios de utilidade, mas a maioria dos critérios de utilidade estão melhorando desde 2010. O uso de resultados informativos, centrar-se no paciente, o pragmatismo e a transparência devem ser as principais metas para o planejamento de pesquisas futuras.