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Interações

Interações Medicamentosas Significativas são Comuns em Crianças Atendidas em pronto-socorro, mostra estudo

(Major Drug Interactions Common in Outpatient Children, Study Shows)
Worst Pills, Best Pills. Maio de 2024
Traduzido por Salud y Fármacos, publicado em Boletim Fármacos: Farmacovigilância 2025;2(1)

As interações medicamentosas ocorrem quando a administração concomitante de dois medicamentos torna o efeito de um ou de ambos os medicamentos mais potente – de forma que uma dose recomendada se torna uma overdose – ou deixa o medicamento menos potente ou completamente ineficaz [1]. Algumas dessas interações são consideradas graves porque podem causar efeitos adversos graves, às vezes resultando em ameaça à vida.

Embora muitos estudos tenham examinado as interações medicamentosas em adultos, idosos ou pacientes internados, existem poucas informações sobre essas interações em crianças, especialmente fora de hospitais.

Um novo e grande estudo multiestadual, financiado pelos Institutos Nacionais de Saúde, demonstrou que as principais interações medicamentosas são comuns entre crianças atendidas em pronto-socorro com seguro Medicaid e que essas interações envolvem medicamentos que são prescritos rotineiramente para crianças com condições crônicas de saúde comuns. O estudo foi publicado na edição de janeiro de 2024 da Pediatrics.

Detalhes do novo estudo [2]
Usando dados de reivindicações comerciais do Medicaid de 11 estados geograficamente diversos em 2019, os pesquisadores obtiveram informações referentes a 781.019 crianças de zero até 18 anos de idade que tiveram pelo menos um evento de assistência médica que não incluiu internação. Essas crianças também tiveram pelo menos duas prescrições farmacêuticas dispensadas para medicamentos que têm maior probabilidade de ter efeitos sistêmicos. Dessas crianças, 167.339 (21%) foram expostas a pelo menos uma interação medicamentosa significativa por pelo menos um dia durante o ano do estudo. Os pesquisadores focaram nas principais interações medicamentosas porque elas têm os efeitos mais graves sobre a saúde das crianças.

O maior percentual de exposição a interações medicamentosas significativas ocorreu em adolescentes (51%), depois em crianças de seis a 11 anos (37%), em crianças de dois a cinco anos (10%) e em bebês (2%). De todas as crianças que foram expostas a interações medicamentosas significativas, 46% foram expostas a mais de uma interação desse tipo.

Os pesquisadores descobriram que, à medida que aumentava o número de doenças crônicas e condições de saúde mental, aumentava a proporção de crianças expostas a interações medicamentosas. Notavelmente, o medicamento para pressão alta clonidina – (Catapres-TTS, Nexiclon XR e genéricos)— que a Public Citizen’s Health Research Group designou como “Não Usar” — foi o medicamento mais frequentemente implicado na exposição a interações medicamentosas importantes, pois teve mais de 18 milhões de dias de exposição, afetando 82.639 crianças. Adicionalmente, o medicamento antialérgico cetirizina (Children’s Zyrtec Allergy, Zyrtec Allergy, outras marcas e genéricos) foi implicado na exposição a interações medicamentosas significativas em mais de 217.000 crianças durante 1,3 milhão de dias.

Como demonstrado na tabela abaixo, outros medicamentos frequentemente implicados na exposição a interações medicamentosas significativas incluem certos medicamentos para alergia e asma, medicamentos para déficit de atenção e para hiperatividade e antipsicóticos.

Os efeitos adversos causados pela exposição às interações medicamentosas significativas que apresentaram as taxas mais altas por 100 crianças foram o aumento dos níveis do medicamento no sangue, a depressão do sistema nervoso central, o prolongamento do intervalo QT (uma modificação na atividade elétrica do coração que pode causar um problema fatal no ritmo cardíaco) e a supressão do sistema imunológico. Em contraste, os eventos adversos com as menores taxas de exposição foram sangramento, coágulos sanguíneos e toxicidade dos rins e do sistema gastrintestinal. As principais limitações do estudo são que ele excluiu crianças sem plano de saúde e aquelas com plano de saúde comercial e não incluiu interações medicamentosas causadas por medicamentos sem prescrição médica.

Sendo assim, os resultados do estudo ressaltam a importância de proteger as crianças da exposição a interações medicamentosas em ambientes ambulatoriais. Isso porque, não é comum que os prescritores monitorem os níveis dos medicamentos e nem que trabalhem com farmacêuticos clínicos para monitorar os níveis dos medicamentos em ambientes ambulatoriais.

O Que Você Pode Fazer
É importante ser proativo na preservação da saúde de seus filhos. Portanto, se tiver um filho que esteja tomando vários medicamentos ao mesmo tempo ou que tenha várias condições de saúde, analise todos os medicamentos (incluindo medicamentos de prescrição, medicamentos sem receita, vitaminas e suplementos de ervas) com o médico para determinar o risco de interações medicamentosas significativas. Se algum dos medicamentos de seu filho tiverem interações entre si, o médico pode recomendar a suspensão ou o ajuste da dose dos medicamentos ou aconselhar o uso de medicamentos diferentes. Pergunte ao médico sobre os sinais e os sintomas que podem sugerir interações entre os medicamentos do seu filho e monitore o seu filho para verificar isso.

Siga as instruções com relação a como dar os medicamentos aos seus filhos, inclusive se devem ser tomados com alimentos ou de estômago vazio. Também é útil ler as informações de prescrição e fazer perguntas na farmácia. O farmacêutico pode esclarecer as instruções do profissional de saúde de seu filho e pode oferecer informações adicionais sobre como evitar interações medicamentosas perigosas. Informe todos os eventos adversos graves relacionados a medicamentos, inclusive interações com outros medicamentos, ao programa de notificação de eventos adversos MedWatch da FDA, visitando http://www.fda.gov/MedWatch ou ligando para 800-FDA-1088.

Referências

  1. Gonzalez D, Sinha J. Pediatric drug-drug interaction evaluation: Drug, patient population, and methodological considerations. J Clin Pharmacol. 2021;61(Suppl 1):S175-S187.
  2. Kyler KE, Hall M, Antoon JW, et al. Major drug-drug interaction exposure among Medicaid-insured children in the outpatient setting. Pediatrics. 2024;153(2):e2023063506.
creado el 17 de Febrero de 2025