Resumo
A mensuração da sobrevivência geral (overall survival, OS) continua sendo o padrão ouro para interpretar o impacto de novas terapias para o mieloma múltiplo em ensaios de fase 3. Porém, como os resultados melhoraram, é cada vez mais desafiador usar a OS como desfecho primário se for necessário garantir a aprovação oportuna de novos agentes para permitir o máximo benefício aos pacientes. Os desfechos substitutos da OS, como a sobrevivência livre de progressão (progression-free survival, PFS) e a resposta ao tratamento, contribuíram para as decisões de aprovação da Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA) e da Agência Europeia de Medicamentos como desfechos que demonstram o benefício clínico, e a FDA recentemente apoiou o uso da doença residual mínima (minimal residual disease, MRD) como um desfecho de aprovação acelerada no mieloma múltiplo. Esta revisão tem como objetivo abordar situações em que o uso da PFS como desfecho substituto justifica uma interpretação cuidadosa, especialmente para subgrupos específicos de pacientes, e considera maneiras de garantir que os estudos possam ser desenhados para levar em conta possíveis discordâncias entre PFS e OS. Também é discutida a utilidade das análises de subgrupo, incluindo o potencial daquelas não pré-especificadas, para identificar populações-alvo para novos agentes.