Resumo
O desenvolvimento de medicamentos é complexo e caro. Os participantes de ensaios clínicos assumem riscos, o que torna essencial maximizar a eficiência do ensaio e manter a segurança dos participantes. A identificação de períodos de peso excessivo durante o desenvolvimento de medicamentos pode informar o desenho do ensaio, garantir o benefício para o paciente e evitar danos. Este estudo tem como objetivo examinar todos os ensaios clínicos publicados sobre cabozantinibe para avaliar o benefício para o paciente e a carga ao longo do tempo. Realizamos uma revisão retrospectiva transversal de ensaios clínicos intervencionistas do cabozantinibe para tratamento de câncer sólido. Fizemos buscas no PubMed/MEDLINE, Embase, Cochrane (CENTRAL) e no ClinicalTrials.gov.
Extraímos as taxas de eventos adversos, a mediana de sobrevivência livre de progressão (PFS), a mediana de sobrevivência geral e a taxa de resposta objetiva (ORR) para cada ensaio que foi incluído. Calculamos as frequências das características do ensaio, as taxas cumulativas de eventos adversos de grau 3-5 e as ORRs cumulativas. De 1.735 estudos, foram incluídas 54 publicações que envolveram 6.372 participantes e 21 tipos de câncer. Dos 54 estudos em nossa amostra, 31 (57,41%) eram ensaios de braço único e 23 (42,60%) tiveram resultados negativos.
Os ensaios em e dentro de várias indicações tiveram resultados conflitantes ao longo do tempo. O risco acumulado para os participantes aumentou com o tempo e o benefício clínico diminuiu. Os resultados sugerem que o perfil de risco do cabozantinibe aumentou de 2011 a 2016 e permaneceu elevado, porém estável, enquanto o benefício diminuiu ao longo do tempo. O uso de ensaios não randomizados e de braço único é preocupante, e são necessários ensaios mais rígidos do ponto de vista metodológico. Os resultados dos ensaios para diferentes indicações são inconsistentes, e a administração empírica pode reduzir a eficácia do medicamento.