Pacientes tomando metformina (FORTAMET, GLUMETZA e genéricos) devem estar cientes de que ela tem interações clinicamente importantes e potencialmente perigosas com muitos outros medicamentos.
A metformina foi aprovada pela Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA) em 1995 para uso em combinação com dieta e exercícios para controlar o açúcar no sangue em pacientes com diabetes tipo 2.[1] É recomendada como tratamento de primeira linha para pacientes com diabetes tipo 2 que não conseguem controlar o açúcar no sangue somente com dieta e exercício. A metformina é um dos medicamentos mais eficazes na redução do açúcar no sangue, com relativamente poucos efeitos adversos [2].
Porém, a metformina pode causar uma condição grave chamada acidose láctica. A acidose láctica (acúmulo de ácido láctico no sangue) pode causar hipotermia (baixa temperatura corporal), hipotensão (pressão baixa), frequência cardíaca anormalmente lenta e até a morte. Por essa razão, a FDA exigiu um aviso de tarja preta (o aviso mais proeminente que a agência pode requerer) no rótulo do produto, e o Grupo de Pesquisa em Saúde Public Citizen classificou a metformina como um medicamento de Uso Limitado.[3]
Interações medicamentosas importantes
A maneira em que a metformina afeta o corpo depende de várias proteínas que transportam medicamentos. Esses transportadores desempenham papéis fundamentais em processos como a absorção, eliminação e distribuição de medicamentos no organismo.[4 -6], Quando outros medicamentos tomados concomitantemente (ao mesmo tempo) com a metformina bloqueiam ou usam os mesmos transportadores que a metformina, a segurança e a eficácia desses medicamentos podem ser alteradas ou levar ao acúmulo de metformina no organismo. Exemplos dessas interações incluem a dofetilida (TIKOSYN e genéricos), um medicamento para o ritmo cardíaco; a tafenoquina (ARAKODA, KRINTAFEL) para a prevenção ou tratamento da malária; e a trimetoprima (somente genéricos), um antibiótico.[7,8] Alguns medicamentos podem reduzir a eliminação da metformina ao ponto em que o aumento das concentrações sanguíneas do medicamento pode levar a um risco maior de acidose láctica.
Maior risco de acidose láctica
O surgimento da acidose láctica associada à metformina geralmente é sutil, com sintomas não específicos, como mal-estar (sensação geral de desconforto ou de doença), dor muscular, dificuldade na respiração, sonolência e dor abdominal [9]. Apesar de a acidose láctica ser rara, é uma reação adversa potencialmente fatal.
A metformina não deve ser usada em pacientes com insuficiência renal grave, pois eles correm um risco maior de acidose láctica.[10] Outros fatores de risco incluem uma idade igual ou maior que os 65 anos, exposição a corantes injetados, às vezes usados para melhorar imagens médicas, cirurgia e outros procedimentos, incluindo cirurgia dentária, ingestão excessiva de álcool e uso concomitante de outros medicamentos.[11] Esses medicamentos incluem antiepilépticos, antirretrovirais e medicamentos supressores de ácido estomacal (veja a tabela abaixo para ver exemplos).
Tabela. Exemplos de Medicamentos de Via Oral Que Podem Apresentar um Maior Risco de Acidose Láctica Quando Tomados Concomitantemente com a Metformina [12]
Maior Risco de Hiperglicemia ou Hipoglicemia
O uso concomitante de vários outros medicamentos com a metformina pode aumentar o risco de hiperglicemia (alto nível de açúcar no sangue) ou hipoglicemia (baixo nível de açúcar no sangue) e pode levar à perda do controle glicêmico.[15] Esses medicamentos incluem alguns diuréticos (conhecidas como pílulas de água), medicamentos para doenças da tireoide, anticoncepcionais orais e bloqueadores dos canais de cálcio. Especificamente, o risco de hiperglicemia aumenta com o uso concomitante do medicamento anti-convulsivo fenitoína (DILANTIN, PHENYTEK e genéricos) e do bloqueador dos canais de cálcio verapamil (VERELAN e genéricos). Exemplos de medicamentos que podem aumentar o risco de hipoglicemia incluem a abiraterona (YONSA, ZYTIGA e genéricos), um medicamento para câncer de próstata dependente de androgênio; o medicamento antimalárico cloroquina (somente genérico) [16]; o antibiótico isoniazida (somente genérico); e a sotagliflozina (INPEFA), um medicamento de diabetes [17].
É importante destacar que o uso concomitante de outros medicamentos para diabetes, como a insulina, também pode apresentar um risco maior de hipoglicemia.
O Que Você Pode Fazer
Se você precisar de tratamento com metformina, revise todos os seus outros medicamentos com seu médico clínico para identificar interações medicamentosas potencialmente significativas. Se estiver tomando um medicamento que interage com a metformina, o médico pode recomendar descontinuar ou ajustar da dosagem do medicamento que interage com a metformina ou da metformina, ou pode aconselhar que você tome outro medicamento. Fique ciente de que medicamentos não listados neste artigo também podem ter interações perigosas com a metformina.
Referências