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Novidades sobre o Covid

Falta de transparência nos contratos de compra de vacinas da covid-19 na Europa

Salud y Fármacos
Publicado em Boletim Fármacos:Ética 2024; 2 (4)

Tags: compra de vacinas Pfizer, sigilo em compra de vacinas, conflitos de interesses na União Europeia, litígios pela compra de vacinas covid

Carmen Torrente Villacampa preparou um relatório sobre as sentenças (T-689/21 e T-761/21) [1] emitidas pelo Tribunal Geral da União Europeia (TGUE). Torrente destaca que o TGUE concluiu que a Comissão Europeia não concedeu ao público acesso amplo e suficiente aos contratos para a compra de vacinas da covid-19, e além disso é evidente a falta de transparência. Nos parágrafos seguintes, apresentamos um resumo do relatório [2].

Duas sentenças emitidas pelo Tribunal Geral da União Europeia concluem que a Comissão Europeia não concedeu acesso suficientemente amplo aos contratos de compra da vacina da covid-19. Esses sentenças sustentam as solicitações apresentadas por membros do Parlamento Europeu e indivíduos para acesso aos contratos e documentos relacionados, com o objetivo de garantir a proteção do interesse público. O Tribunal Geral dá apoio parcial para essas solicitações e anula as decisões da Comissão na medida em que contêm irregularidades.

Enquanto o Tribunal Geral observa a “falta de transparência” nos contratos, a Comissão Europeia destacou o “difícil equilíbrio” entre o direito do público à informação e as cláusulas dos acordos de compra. Além disso, a Comissão menciona que irá estudar cuidadosamente as sentenças e se reserva a fazer uso de suas opções legais.

As sentenças advertem que a violação se deve a disposições que incluem acordos sobre a indenização e declarações de ausência de conflito de interesses da equipe que negociou a compra das vacinas.

Em referência às disposições sobre a indenização das empresas farmacêuticas pelos Estados membros, o Tribunal Geral reitera que um produtor é responsável pelos danos causados por um defeito em seu produto. Ademais, ele ressalta que as disposições sobre indenização – referentes à indenização pelos riscos

assumidos pelas empresas farmacêuticas devido ao pouco tempo que tiveram para desenvolver as vacinas – foram aprovadas pelos Estados membros e eram de conhecimento público.

Resumidamente, o Tribunal Geral não considera que a Comissão tenha demonstrado que um acesso mais amplo aos contratos em questão afetaria os interesses comerciais das empresas envolvidas. Ademais, a Comissão não explica como o acesso às definições dos termos “conduta dolosa” ou “melhores esforços razoáveis” incluídos em alguns acordos prejudica os interesses comerciais. No lugar disso, a comissão considera que os aspectos relacionados a doações e revendas de vacinas afetariam negativamente os interesses comerciais das empresas farmacêuticas.

Por outro lado, o Tribunal Geral considera que a divulgação de dados pessoais dos membros da equipe de negociação para a compra de vacinas tem uma finalidade específica de interesse público, já que, ao fornecer apenas sobrenomes, nomes e funções profissionais ou institucionais, seria possível verificar a ausência de conflitos de interesses. Assim concluindo que a Comissão não avaliou adequadamente os interesses relacionados à ausência de conflitos de interesses e o risco de invasão da privacidade dos interessados.

Referência

  1. “La Comisión no dio al público un acceso suficientemente amplio a los contratos de adquisición de vacunas contra el COVID-19”, COMUNICADO DE PRENSA n.º 113/24, Luxemburgo, 17 de julio de 2024, https://curia.europa.eu/jcms/upload/docs/application/pdf/2024-07/cp240113es.pdf

Fonte Original

  1. Contratos de vacunas covid: el TGUE ve “falta de transparencia” y Bruselas se excusa, Carmen Torrente Villacampa, Diario Médico, 17 de julio de 2024, http://www.diariomedico.com/farmacia/politica/contratos-vacunas-covid-tgue-ve-falta-transparencia-bruselas-excusa.html
creado el 15 de Enero de 2025