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Conduta da Indústria

Usuários de insulina temem ser ignorados pela Novo Nordisk e pela Eli Lilly

Salud y Fármacos
Boletim Fármacos: Ética 2024; 2(4)

Tags: demanda de GLP-1, abandono da produção de insulina, escassez de insulina, ganância da indústria, Ozempic, Mounjaro, Levemir, lucratividade da insulina, Humalog, controle de preços de insulina

Muitos diabéticos têm problemas em acessar a insulina. Nos EUA, a recente decisão da Novo Nordisk de descontinuar um produto deixou os pacientes com menos opções. A Novo também parou de fornecer canetas de insulina para a África do Sul. As razões para a escassez são complexas, mas como o Statnews nos conta na história resumida abaixo [1], as empresas poderiam ter menos interesse em produzir as canetas.

A Novo foi fundada na década de 1920 precisamente com o propósito de produzir insulina, e a Lilly comercializou o primeiro produto de insulina do mundo na mesma época. Junto com a Sanofi, elas são as “três grandes” empresas que dominam o mercado mundial de insulina, e as três têm recebido pressão para abaixarem seus preços.

Por sua vez, a Novo e a Lilly têm alta demanda por medicamentos à base de GLP-1 para o tratamento de diabetes e de obesidade. Esses produtos injetáveis (Ozempic e Mounjaro) são administrados com dispositivos parecidos com canetas de insulina, e são tão populares que as empresas estão construindo e comprando novas instalações para aumentar sua produção.

Quando a Novo fala sobre seus planos de investimento, ela deixa claro que seu crescimento não irá depender das vendas de insulina; e para a Lilly, o faturamento com insulina é irrelevante. Muitos estão preocupados com o fato de que essas empresas deixarão de produzir a insulina necessária para os pacientes diabéticos, especialmente aqueles que sofrem de diabetes tipo 1.

Quando perguntaram a ela se está priorizando a fabricação de GLP-1 no lugar da insulina, a Novo não respondeu diretamente, mas disse que está “trabalhando para melhorar as opções de tratamento para as pessoas que vivem com diabetes”. A Lilly afirmou que não prioriza a fabricação de medicamentos GLP-1 no lugar da insulina e que a demanda por medicamentos GLP-1 não está afetando seu fornecimento de insulina.

Os pacientes e os médicos reconhecem que as empresas farmacêuticas são movidas por interesses financeiros e concentrarão seus recursos nos medicamentos mais lucrativos, mas também acreditam que a Novo e a Lilly têm a obrigação de garantir o acesso contínuo à insulina que salva vidas e que produzem há décadas.

Quando a insulina está em falta, é difícil que os pacientes possam usar outra opção. O corpo de cada pessoa responde de forma diferente a cada produto e alguns planos de seguro cobrem apenas uma variedade limitada de insulinas.

Nos EUA, os pacientes tiveram dificuldade em ter acesso aos frascos NovoLog, as canetas Fiasp da Novo e ao Humalog da Lilly.

A Novo decidiu, no ano passado, descontinuar uma insulina chamada Levemir depois de reduzir seu preço, e a Lilly descontinuou este ano seu frasco de 3 ml de Humalog, a insulina que os hospitais usam para atendimento hospitalar. Os hospitais agora estão tendo que criar um estoque de frascos de 10 ml que os pacientes usam em casa.

Qualquer que seja o motivo da escassez, os pacientes estão frustrados pela falta de comunicação das empresas. A Lilly emitiu uma declaração no final de março dizendo que haveria escassez temporária, mas isso ocorreu depois que os pacientes já estavam tendo problemas em conseguir suas receitas. A Novo, por sua vez, não se pronunciou sobre os problemas de fornecimento de insulina.

Também há problemas de acesso no Reino Unido. A Lilly disse que os frascos de Humalog estão temporariamente fora de estoque em algumas farmácias por causa da “natureza dinâmica da oferta e demanda de insulina, junto com um breve atraso na fabricação”. A Novo disse que haverá escassez de canetas Fiasp até, pelo menos, janeiro que vem. As canetas de outra insulina chamada Tresiba também estão em falta e a Novo disse que espera que elas voltem a ter um fornecimento estável este ano.

Enquanto isso, na África do Sul, a Novo Nordisk decidiu não renovar um contrato para canetas de insulina humana. Os médicos estão tentando ajudar aproximadamente 70.000 pacientes na transição de canetas para frascos e seringas. Bygrave, dos Médicos Sem Fronteiras, disse que os médicos estão preocupados com a capacidade do sistema de saúde de ensinar a todos os pacientes como medir com segurança a dose correta dos frascos e injetar em seus próprios corpos.

A Novo disse que sua decisão de não renovar o contrato para as canetas foi devido a “restrições de capacidade de fabricação”, embora a empresa continue a fornecer frascos. A Novo também informou que está trabalhando para ampliar a produção de frascos de insulina humana na África.

A insulina já foi mais lucrativa. No ano passado, nos EUA, entrou em vigor uma política do Medicaid que penaliza os fabricantes de medicamentos por aumentarem os preços acima do aumento da taxa de inflação. Como resultado, a Novo e a Lilly, juntamente com a Sanofi, decidiram reduzir os preços tabelados de determinados produtos de insulina para evitar penalizações. Isso impediu que as empresas oferecessem aos administradores de serviços farmacêuticos (PBMs) os mesmos descontos, de modo que os PBMs podem ter hesitado em incluir os produtos dessas empresas nos formulários. A Novo disse que um fator em sua decisão de descontinuar o Levemir foi uma redução de 60% no acesso dos pacientes através dos formulários.

Os analistas esperam que sejam reduzidas as vendas de insulina, e que as de GLP-1 sigam aumentando.

Nota de Salud y Fármacos. O Al Jazeera também publicou um artigo sobre o mesmo tema, mais focado na situação nos EUA. What is behind the insulin shortage in the US? 2 de maio de 2024, https://www.aljazeera.com/economy/2024/5/2/what-is-behind-the-insulin-shortage-in-the-us

Fonte Original

  1. Elaine Chen. As GLP-1 sales surge, insulin users fear Novo Nordisk and Eli Lilly will move on without them. Statnews, 17 de julio de 2024 https://www.statnews.com/2024/07/17/insuln-novo-nordisk-eli-lilly-weight-loss-drugs
creado el 15 de Enero de 2025