A Associação (Farmaindustria) participou do Fórum sobre Ensaios Clínicos organizado pelas Nações Unidas na região da América Latina e do Caribe, junto com a Federação Latino-Americana da Indústria Farmacêutica e a Câmara de Inovação Farmacêutica do Chile.
Após anos de trabalho colaborativo entre autoridades de saúde, hospitais pesquisadores, pacientes e companhias farmacêuticas, a Espanha se tornou uma referência internacional em Ensaios Clínicos com novos medicamentos. De fato, nosso país é atualmente o primeiro da Europa em número de participações em Ensaios Clínicos de novos medicamentos e, para muitas companhias, a Espanha é o segundo ou terceiro país do mundo em atividade de Ensaios Clínicos, ficando atrás apenas dos EUA ou da China.
Este modelo de sucesso espanhol foi objeto de estudo no Seminário Ensaios Clínicos na América Latina e no Caribe, organizado pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) das Nações Unidas, junto com a Federação Latino-Americana da Indústria Farmacêutica (FIFARMA) e a Câmara de Inovação Farmacêutica do Chile, que foi realizado recentemente em Santiago, Chile. Em específico, a diretora do Departamento de Pesquisa Clínica e Translacional da Farmaindustria, Amelia Martín Uranga, explicou durante o fórum o modelo de colaboração público-privada de Ensaios Clínicos em nosso país, impulsionado pela Farmaindustria, em uma jornada que contou com mais de 300 participantes, entre profissionais acadêmicos, pesquisadores, comitês de ética, representantes da indústria farmacêutica, parlamentares e autoridades de saúde.
Como destacado durante as jornadas – realizadas na sede das Nações Unidas em Santiago, Chile – dos 123 países que atualmente realizam Ensaios Clínicos com medicamentos em todo o mundo, os EUA lideram o número de estudos a nível mundial, seguidos por China, Espanha, França e Reino Unido. No caso da América Latina, lideram Brasil, Argentina, México e Chile, mas o número de pesquisas nesses países é significativamente menor em comparação com as nações europeias de populações similares.
O fórum dedicou uma de suas mesas principais para analisar o modelo espanhol como exemplo a ser seguido para aumentar o comprometimento desses países com a pesquisa clínica. Assim, durante o seminário, os diferentes palestrantes destacaram o caso espanhol sob a perspectiva científica, social e econômica, e como nosso modelo de colaboração em pesquisa clínica pode inspirar outros países ao redor do mundo.
Em sua intervenção, a representante da Farmaindustria destacou a solidez do sistema de saúde na Espanha, a alta qualificação dos profissionais de saúde, a crescente participação dos pacientes e o forte comprometimento das companhias farmacêuticas como as principais chaves do modelo de sucesso espanhol. “A estreita colaboração durante anos entre todos os agentes envolvidos, públicos e privados, foi e deve ser a base do sucesso no campo da pesquisa e da inovação biomédica, no qual todos estamos envolvidos”, afirmou Amelia Martín Uranga.
Por isso, acrescentou, a Farmaindustria lançou na Espanha, em 2006, o Projeto BEST, uma plataforma estratégica que integra todos os agentes públicos e privados para promover a excelência na pesquisa clínica de medicamentos. “A plataforma compartilha e monitora métricas de tempos e recrutamento dos Ensaios Clínicos realizados na Espanha, o que permite detectar possíveis gargalos e propor soluções”, garantiu. Atualmente, fazem parte do projeto BEST um total de 59 companhias farmacêuticas, 55 hospitais, 13 comunidades autônomas, 6 grupos de pesquisa clínica independente e uma companhia CRO. “Esta plataforma se tornou uma referência internacional como exemplo de sucesso para fortalecer a pesquisa biomédica”.
Em sua apresentação, também detalhou o trabalho realizado pela Farmaindustria nos últimos anos para alcançar essa liderança, conquistada, segundo destacou, “graças ao intenso e constante trabalho de geração de confiança com os diferentes agentes que participam da pesquisa, em um ambiente de colaboração público-privada e com uma grande coesão por parte das companhias associadas”, afirmou Martín Uranga.
Possibilidade de acessar os medicamentos do futuro
Participar de um ensaio clínico permite que os pacientes tenham acesso antecipado aos medicamentos do futuro, o que, em muitos casos, é a única opção para tratar sua doença ou melhorar sua qualidade de vida. Além disso, como destacou a representante da Farmaindustria, os Ensaios Clínicos geram um círculo virtuoso nos sistemas de saúde, porque abrem novas oportunidades para os pacientes, especialmente em casos graves que não respondem ao arsenal terapêutico disponível; facilitam a equidade no acesso aos medicamentos em fases iniciais de pesquisa, ao mesmo tempo que permitem que os profissionais de saúde participem da vanguarda científica e possam aplicá-la também em sua prática assistencial. Ao mesmo tempo, atraem financiamento das companhias farmacêuticas promotoras para os centros participantes e proporcionam economia e receitas para as administrações e os sistemas públicos de saúde.
“Fortalecer a pesquisa biomédica é uma garantia para o futuro sanitário, econômico e social dos países, e participar dos Ensaios Clínicos internacionais mais avançados pode salvar a vida de milhares de pessoas”, concluiu.
Durante o seminário, também foram organizadas reuniões de trabalho com os responsáveis pela pesquisa clínica das companhias associadas à Câmara de Inovação Farmacêutica do Chile, com a finalidade de elaborar um roteiro que ajude a uma maior atração de Ensaios Clínicos, não apenas no Chile, mas em toda a região latino-americana, por meio da Federação Latino-Americana da Indústria Farmacêutica. Além disso, os participantes concordaram em estreitar a colaboração entre a FIFARMA e as Nações Unidas-CEPAL, que demonstrou interesse em aumentar o impulso ao investimento em pesquisa clínica.
Nota de Salud y Fármacos: Veja nota no primeiro artigo desta seção.