O investimento em pesquisa clínica no México pode aumentar para US$ 4 bilhões se o governo federal priorizar a eficiência regulatória, afirma a Associação Mexicana de Indústrias de Pesquisa Farmacêutica.
Guadalajara, Jal. O investimento em pesquisa clínica no México pode crescer dos atuais US$ 200 milhões para mais de US$ 4 bilhões, se o governo federal der prioridade à eficiência regulatória na área, comentou ao El Economista o Diretor Executivo da Associação Mexicana de Indústrias de Pesquisa Farmacêutica (AMIIF), Larry Rubin.
Rubin explicou que Jalisco, Baja Califórnia, Cidade do México e as regiões do centro do país poderiam atrair a maior parte desses investimentos devido à inovação e ao talento qualificado dessas áreas.
“A pesquisa clínica, que hoje não tem conseguido se desenvolver como deveria por falta de eficiência regulatória, pode crescer significativamente com a nova gestão do governo federal e com o discurso do governador eleito de Jalisco, Pablo Lemus. Vemos uma oportunidade de aumentar o investimento em pesquisa clínica, que atualmente gera US$ 200 milhões, para mais de US$ 4 bilhões, o que poderia impactar positivamente as finanças públicas do estado, a criação de empregos e a economia em geral”, afirmou Rubin.
Larry Rubin acrescentou que “Jalisco é um dos estados mais inovadores do país; além disso, possui um importante grupo de acadêmicos e pesquisadores de alto nível, especialmente na área da medicina, o que posiciona Jalisco de forma excelente para receber grandes volumes de investimento em pesquisa clínica.”
Por essa razão, a associação está buscando uma aproximação tanto com o governo atual quanto com o governador eleito, Pablo Lemus, na próxima sexta-feira em Guadalajara, “para estabelecer as bases para o crescimento em Jalisco”, sublinhou o Diretor Executivo da AMIIF, destacando que a capital será a sede da Assembleia Anual de Planejamento Estratégico, que contará com a presença dos diretores-gerais das empresas farmacêuticas que integram a entidade.
Em relação à eficiência regulatória no setor farmacêutico, Larry Rubin destacou que a associação está trabalhando com a Comissão Federal para a Proteção contra Riscos Sanitários (Cofepris) para que o México possa atrair um número maior de investimentos que, segundo ele, “hoje estão indo para outros países da América Latina com maior ímpeto, como Argentina e Honduras.”
“Mais do que instalações, trata-se de realizar toda a pesquisa necessária para desenvolver novos medicamentos que possam curar as doenças que mais afligem os mexicanos, e isso é feito por meio de pesquisas acadêmicas e também em laboratórios. Portanto, trata-se de um apoio importante para pesquisadores e acadêmicos de Jalisco e de todo o país”, enfatizou.
A AMIIF é composta por mais de 40 empresas farmacêuticas líderes mundiais, dedicadas à pesquisa científica e ao desenvolvimento de novos medicamentos e tratamentos que possam tratar doenças complexas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
Nota de Salud y Fármacos: A indústria tem grande interesse em comercializar os produtos que pesquisa o mais rápido possível, e para isso pressiona os países a acelerar e flexibilizar as revisões regulatórias, incluindo os mecanismos estabelecidos para proteger os participantes em experimentos clínicos. Essa pressão é exercida em todos os países e regiões, independentemente do nível de desenvolvimento econômico. É difícil imaginar que o México possa realizar 20 vezes mais Ensaios Clínicos patrocinados pela indústria do que está realizando atualmente, o que seria necessário para alcançar a entrada de US$ 4 bilhões com essa atividade.