Salud y Fármacos is an international non-profit organization that promotes access and the appropriate use of pharmaceuticals among the Spanish-speaking population.
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“Idosos e famílias que já lutam para pagar medicamentos que salvam suas vidas receberam a notícia para se prepararem para novos aumentos de preços pelo mesmo setor que viu seus lucros e recompensas aos acionistas dispararem em bilhões em um ano.”
Uma análise publicada em julho de 2023 mostra que as cinco maiores empresas farmacêuticas dos Estados Unidos obtiveram lucros combinados de US$82 bilhões no ano passado e recompensaram os investidores com bilhões de dólares em dividendos e recompra de ações – tudo isso enquanto aumentavam os preços dos medicamentos prescritos e lutavam contra os esforços federais para reduzir os custos.
A nova análise [1] do grupo de vigilância progressista Accountable.US revela que a Eli Lilly, a Johnson & Johnson, a Merck, a AbbVie e a Pfizer aumentaram suas recompras de ações e dividendos combinados em US$4,4 bilhões e US$2,5 bilhões, respectivamente, em 2022, enquanto seus lucros cresceram quase US$9 bilhões em comparação com 2021.
No ano passado, as empresas farmacêuticas aumentaram os preços de mais de 1.100 medicamentos, de acordo com uma contagem [2] da Patients for Affordable Drugs.
No início de 2023, os fabricantes de medicamentos aumentaram os preços de pelo menos 350 medicamentos [3]. Embora a Eli Lilly e outros fabricantes de insulina tenham anunciado planos para reduzir os preços [4] de seus produtos de insulina mais comumente usados no início deste ano, eles se beneficiaram do aumento abusivo dos preços durante décadas [5].
“Idosos e famílias que já lutam para comprar medicamentos que salvam vidas receberam a notícia para se prepararem para novos aumentos de preços pelo mesmo setor que viu seus lucros e recompensas para os acionistas dispararem em bilhões em um ano”, disse Liz Zelnick, diretora do programa de Segurança Econômica e Poder Corporativo da Accountable.US, em um comunicado na terça-feira. “Isso só contribui para a ganância corporativa”.
“As alegações dos executivos do setor farmacêutico de que as despesas com pesquisa e desenvolvimento impulsionam os custos não são convincentes”, acrescentou Zelnick, “quando esses custos são frequentemente eclipsados por bilhões de dólares em doações a um pequeno grupo de investidores ricos”.
A análise ocorre no momento em que a indústria farmacêutica está processando o governo Biden por causa de uma lei de 2022 [6] que dá ao Medicare autoridade para negociar os preços de um pequeno número de medicamentos de alto custo diretamente com os fabricantes de medicamentos.
A Merck – que, de acordo com a Accountable.US, viu seus lucros aumentarem para mais de US$ 14,5 bilhões no ano passado – lançou [7] o tão esperado ataque legal da indústria às disposições da Lei de Redução da Inflação (IRA) no mês passado com um processo contra o Departamento de Saúde e Serviços Humanos.
A Pharmaceutical Research and Manufacturers of America (PhRMA) entrou [8] na briga duas semanas depois. A Bristol Myers Squibb, a Astellas Pharma, a Johnson & Johnson e a Câmara de Comércio dos EUA também processaram o governo Biden por causa das cláusulas de negociação de preços de medicamentos.
“Os processos fazem alegações semelhantes e sobrepostas de que as disposições sobre preços de medicamentos são inconstitucionais”, informou [9] o The New York Times na segunda-feira. “Elas estão espalhadas por tribunais federais em todo o país – uma tática que, segundo especialistas, dá ao setor uma chance melhor de obter decisões conflitantes que colocarão os desafios legais em um caminho rápido para uma decisão favorável da Suprema Corte aos negócios.”
Na terça-feira, Zelnick argumentou que a campanha agressiva das empresas farmacêuticas contra as negociações de preços de medicamentos com o Medicare “tem tudo a ver com a preservação da estratégia de lucro corporativo do setor, que tem sido claramente imune aos repetidos aumentos das taxas de juros do Fed”.
A análise da Accountable.US observa que “nos anos que antecederam a aprovação do IRA”, a PhRMA gastou “quase US$ 70 milhões fazendo lobby contra os esforços para permitir que o Medicare negocie os preços dos medicamentos prescritos e outras medidas para reduzir os preços dos medicamentos”.
Referências
Veja o relatório do Accountable US neste link https://accountable.us/wp-content/uploads/2023/07/2023-06-28-Pharma-CPI-Report-FINAL.docx.pdf