Nesta quinta-feira, a Pfizer foi processada pelo procurador-geral do Texas, Ken Paxton, que acusou a farmacêutica de exagerar a eficácia de sua muito utilizada vacina contra a COVID-19.
Em uma queixa apresentada num tribunal estadual de Lubbock County, Paxton disse que a Pfizer foi enganosa ao afirmar que sua vacina era 95% eficaz como oferecia uma “redução de risco relativo” às pessoas que a tomavam.
Paxton disse que a alegação se fundamentava em apenas dois meses de dados de ensaios clínicos, e que a “redução absoluta de risco” dos receptores da vacina mostrava que a vacina era apenas 0,85% eficaz.
Ele também disse que a pandemia piorou depois que as pessoas começaram a tomar a vacina desenvolvida pela Pfizer e sua parceira alemã BioNTech (22UAy.DE)
“A Pfizer intencionalmente exagerou a eficácia de sua vacina contra a COVID-19 e censurou pessoas que ameaçaram disseminar a verdade a fim de facilitar a rápida adoção do produto e capitalizar na sua oportunidade comercial”, diz a denúncia.
A ação judicial busca impedir que a Pfizer, sediada em Nova Iorque, faça alegações falsas e silencie o “discurso verdadeiro” sobre sua vacina, além de mais de US$10 milhões em multas por violar uma lei do Texas que protege consumidores contra propaganda enganosa.
A Pfizer disse que mais de 1,5 bilhão de pessoas receberam a sua vacina. A farmacêutica reportou uma receita de mais de US$74 bilhões em 2021 e 2022 vindo de imunizações contra a COVID-19.
Em um comunicado, a Pfizer disse que suas declarações sobre a vacina foram “precisas e baseadas na ciência” e que acreditava que o processo de Paxton não tinha mérito.
A Pfizer também disse que sua vacina “demonstrou um perfil de segurança adequado em todas as faixas etárias e ajudou a proteger contra resultados graves da COVID-19, incluindo hospitalização e morte”.
Especialistas em doenças infecciosas afirmam que a redução do risco relativo é uma maneira mais relevante de julgar a eficácia de uma vacina do que a redução do risco absoluto. O risco relativo mostra quão bem uma vacina protege os receptores em relação ao grupo de controle de um ensaio. Paxton, um republicano, criticou os esforços do governo Biden no combate à pandemia.
No início deste ano, ele começou a investigar se a Pfizer, a Moderna (MRNA.O) e a Johnson & Johnson (JNJ.N) exageraram a eficácia de suas vacinas, para poder examinar a “base científica e ética” de decisões de saúde pública em torno à COVID-19.
“A Pfizer não contou a verdade sobre suas vacinas contra a COVID-19”, disse Paxton em um comunicado. “Estamos buscando a justiça para o povo do Texas, muitos dos quais foram coagidos por mandatos tirânicos de vacinas a tomar um produto defeituoso vendido por mentiras.”
O processo é o segundo de Paxton contra a Pfizer em novembro.
Em um caso aberto em 21 de novembro, Paxton acusou a Pfizer e um fornecedor de manipularem testes de controle de qualidade, resultando na distribuição de medicamentos ineficazes para tratar déficit de atenção e hiperatividade em crianças.
O status da investigação sobre a Moderna e a Johnson & Johnson não ficou claro no primeiro momento. O escritório de Paxton não respondeu imediatamente aos pedidos de comentários.