Resumo
Este estudo apresenta e explica o fenômeno do indexjacking, que envolve a consistente infiltração de periódicos sequestrados em bancos de dados de indexação internacionais, sendo o Scopus um dos mais infiltrados entre esses bancos de dados. Por meio de uma análise de conhecidas listas de periódicos sequestrados, o estudo identificou ao menos 67 periódicos sequestrados que infiltraram a Scopus desde 2013. Desses, 33 periódicos indexaram conteúdo não autorizado no Scopus e 23 comprometeram o link da página inicial no perfil do periódico, enquanto 11 fizeram ambos. Em setembro de 2023, 41 periódicos sequestrados ainda estavam comprometendo os dados de periódicos legítimos na Scopus. A presença de periódicos sequestrados na Scopus é um desafio para a integridade científica devido à legitimação de artigos não confiáveis e não submetidos à revisão por pares e compromete a qualidade do banco de dados da Scopus. A presença de periódicos sequestrados na Scopus tem efeitos de longo alcance. Os artigos publicados nessas revistas podem ser citados, e o conteúdo não autorizado dessas revistas na Scopus é, portanto, importado para outros bancos de dados, incluindo o ORCID e o Banco de Dados de Pesquisa sobre COVID-19 da OMS. Isso representa um desafio especial para a avaliação de pesquisas nesses países, onde versões clonadas de periódicos aprovados podem ser usadas para adquirir publicações e a verificação de sua autenticidade pode ser difícil.
Nota de Salud y Fármacos. O sequestro de periódicos refere-se ao sequestro do título de um periódico acadêmico legítimo por um terceiro mal-intencionado. Normalmente, o periódico impostor cria um site fraudulento para oferecer aos acadêmicos a oportunidade de publicar rapidamente suas pesquisas on-line com o pagamento de uma taxa.