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Reações Adversas

Ácido tranexâmico para menorragia: trombose e embolia

Rev Prescrire 2023; 32 (247): 106
Traduzido por Salud y Fármacos, publicado em Boletim Fármacos: Farmacovigilância 2024;1(1)

Tags: antifibrinolítico, trombose venosa, trombose arterial

O ácido tranexâmico é um agente antifibrinolítico usado em uma série de situações de sangramento, incluindo na menorragia. Ele apresenta um risco de trombose venosa e arterial [1]. A magnitude desse risco foi recentemente determinada pelos resultados de um estudo com acompanhamento de longo prazo de várias dezenas de milhares de pacientes do sexo feminino [2].

Uma coorte de cerca de 2 milhões de mulheres com idades entre 15 e 49 anos foi estabelecida na Dinamarca usando vários bancos de dados de saúde. Haviam muitos critérios de exclusão, principalmente histórico de histerectomia, câncer, diabetes ou tromboembolismo, ou uso de terapia hormonal ou anticoagulante. A exposição ao ácido tranexâmico foi estimada a partir de dados de dispensação das farmácias. O ácido tranexâmico foi usado com mais frequência para menorragia em uma dose de 1g, três vezes por dia, durante 5 dias. Durante o período de 1996 a 2017, as mulheres foram acompanhadas por uma duração média de 5,3 anos.

Entre as mulheres acompanhadas, 3.392 tiveram um primeiro evento tromboembólico venoso, incluindo 932 casos de embolia pulmonar, e 4.198 tiveram um primeiro evento trombótico arterial, incluindo 1.343 casos de infarto do miocárdio. 63.896 mulheres haviam recebido ácido tranexâmico pelo menos uma vez. Cerca de 70% tinham idade entre 40 e 49 anos. Para aproximadamente 3 em cada 4 mulheres, apenas uma prescrição havia sido dispensada, o que correspondia, na maioria dos casos, a um ou dois tratamentos de 5 dias. Em geral, nessa população, o uso do ácido tranexâmico diminuiu durante o curso do estudo.

A exposição ao ácido tranexâmico foi associada a um risco quatro vezes maior de tromboembolismo venoso em comparação com a não exposição, com uma taxa de incidência ajustada de 4,0 (intervalo de confiança de 95% [IC95%] 1,8-8,8). A exposição ao ácido tranexâmico não pareceu aumentar o risco de trombose arterial.

Na Prática
O ácido tranexâmico, quando usado para o tratamento ocasional da menorragia, apresenta um risco de trombose, principalmente trombose venosa, que pode ser grave. Esses efeitos adversos graves são desproporcionais quando o objetivo é reduzir o sangramento que, embora às vezes seja incômodo, não é grave. Em casos de menorragia grave associada a miomas uterinos, a primeira opção é um dispositivo intrauterino contendo levonorgestrel [3].

Referencias

  1. Prescrire Editorial Staff “Tranexamic acid: deaths from thrombosis” Prescrire Int 2019; 28 (209): 267.
  2. Meaidi A et al. “Oral tranexamic acid and thrombosis risk in women” EClinicalMedicine 2021; (35): 8 pages.
  3. Prescrire Rédaction “Fibromyome utérin” Premiers Choix Prescrire, updated April 2022: 5 pages.
creado el 15 de Abril de 2024