A oncologia precisa recalibrar sua estratégia para se tornar mais centrada no paciente e priorizar o tratamento oncológico equitativo. Uma abordagem que priorize as necessidades dos pacientes, oferecendo tratamentos que melhorem a sobrevivência e a qualidade de vida, promova a tomada de decisões informadas e garanta que esses tratamentos estejam disponíveis para todos os pacientes.
Em abril de 2023, oncologistas, acadêmicos e defensores de pacientes de todo o mundo se reuniram na Queen’s University (Kingston, Ontário, Canadá). Os objetivos dessa reunião foram estabelecer princípios básicos para orientar o desenvolvimento de um movimento de Oncologia de Senso Comum (CSO) centrado no paciente, definir metas e um plano de ação e disseminar os princípios orientadores da Oncologia de Senso Comum para que os ensaios e tratamentos de câncer se concentrem nos resultados importantes para os pacientes.
A missão, a visão e os princípios orientadores da CSO são mostrados no quadro. A CSO se concentrará inicialmente em três pilares: geração de evidências, interpretação de evidências e comunicação de evidências. Esse trabalho será centrado no paciente e enfatizará a igualdade na saúde. Os projetos da CSO buscarão soluções para problemas com objetivos mensuráveis que influenciam a pesquisa, a educação, a prestação de serviços de saúde e a política do câncer.
Oncologia de senso comum (CSO): resultados que importam Missão: Garantir que o atendimento oncológico se concentre nos resultados importantes para os pacientes Visão: Os pacientes têm acesso a tratamentos oncológicos que proporcionam melhorias significativas nos resultados que são importantes para eles, independentemente de onde moram ou de seu sistema de saúde. Para concretizar essa visão, nosso objetivo é que:
Princípios orientadores
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O primeiro pilar é a geração de evidências, que visa a garantir que os ensaios clínicos usem e relatem os resultados importantes para os pacientes. Esse fluxo de trabalho buscará fornecer soluções para melhorar a concepção e o relato de ensaios clínicos para garantir que os resultados importantes para os pacientes sejam priorizados.
O segundo pilar é a interpretação das evidências, que visa a promover o pensamento crítico dos médicos. Para ajudar os pacientes em suas tomadas de decisão, os oncologistas devem ser bem treinados em avaliação crítica. Os oncologistas individuais e os comitês de desenvolvimento de diretrizes devem evitar recomendar tratamentos com base em estudos mal projetados ou mal documentados que demonstrem benefícios insignificantes. O objetivo desse fluxo de trabalho é capacitar os oncologistas a tomar decisões clínicas sólidas, alinhadas com os resultados importantes para os pacientes.
O terceiro pilar é a comunicação de evidências, que visa melhorar a compreensão dos pacientes, do público e dos formuladores de políticas sobre as opções de tratamento do câncer. Esse fluxo de trabalho explorará como facilitar a tomada de decisões mais bem informadas pelos pacientes, o envolvimento com os formuladores de políticas e o trabalho com jornalistas para garantir que as reportagens da mídia sejam equilibradas, contextualizadas e menos sensacionalistas.
A CSO promoverá intervenções que melhorem visivelmente a vida dos pacientes. Celebraremos estudos bem conduzidos e promoveremos tratamentos eficazes, mas também denunciaremos e contestaremos intervenções que possam causar mais danos do que benefícios.
A CSO agradece a participação de todas as partes interessadas, especialmente os grupos de defesa dos pacientes. A CSO educará e treinará a próxima geração de oncologistas para melhorar nosso campo em benefício dos pacientes. Buscaremos reduzir as desigualdades globais e regionais no acesso a cuidados acessíveis e de alta qualidade.